A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) marcou presença no I Encontro Interagências de Inteligência do Norte e Nordeste, realizado entre os dias 26 e 28 de novembro, no auditório da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). O evento foi promovido pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (Sap-CE), e teve como tema central: "Organizações Criminosas nas Regiões Norte e Nordeste: avanços, perspectivas e enfrentamento."
O encontro reuniu mais de 70 profissionais de inteligência de diversas forças, com o objetivo de fortalecer a integração entre as instituições no combate ao crime organizado nas regiões Norte e Nordeste. A Seap foi representada pela Assessoria de Segurança Institucional (ASI), que apresentou estratégias e desafios no enfrentamento às organizações criminosas no sistema penitenciário do Pará.
Durante a palestra conduzida por um Policial Penal da ASI, foram destacadas a importância da inteligência como ferramenta essencial no combate ao crime organizado e a necessidade do controle estatal sobre o sistema prisional. Foi traçada uma linha do tempo para demonstrar o surgimento das organizações criminosas no estado do Pará, ressaltando como a localização estratégica e as rotas do narcotráfico têm contribuído para o fortalecimento dessas facções.
Segundo o palestrante, as ações de inteligência adotadas pela Seap foram fundamentais para a retomada do controle das unidades prisionais e para a redução significativa dos índices de violência no estado. "A atuação dessas facções, muitas vezes transnacionais, tem um impacto direto na segurança pública e no perfil das pessoas privadas de liberdade. A Seap tem tomado medidas preventivas para manter o controle das unidades prisionais, contribuindo para a queda dos índices de violência no Pará", afirmou o Policial Penal.
A palestra também abordou o funcionamento, as características e os diferentes estágios de atuação das organizações criminosas (ORCRIMs) no estado, além de apresentar ações preventivas direcionadas à desarticulação desses grupos. Entre as estratégias destacadas estão a troca de informações entre agências de segurança e o fortalecimento das ações coordenadas entre inteligência, investigação e custódia, fatores considerados essenciais para evitar a expansão das facções dentro e fora do sistema prisional.
O evento promoveu debates sobre os desafios enfrentados no combate às organizações criminosas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que, devido a vulnerabilidades do sistema e rotas do tráfico, têm sido alvo constante das facções. Apesar disso, também foram evidenciados avanços significativos, como o aumento da integração e cooperação entre as agências de inteligência, o que tem potencializado a eficácia das ações conjuntas.
O fortalecimento do sistema de inteligência, como ficou evidente no encontro, é um dos caminhos mais eficazes para desarticular as organizações criminosas e reduzir o impacto dessas atividades na sociedade. A atuação da Seap, por meio da ASI, foi destacada como exemplo de como a inteligência prisional pode ser utilizada de forma estratégica, integrada e preventiva no enfrentamento ao crime organizado.
Texto: Kaila Fonseca - Estagiária NCS Seap Pará
